Alqueva: Dirigente agrícola crítica ritmo lento de obras, empresa garante que decorrem como previsto

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28-12-2015


Um dirigente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) criticou esta semana o alegado ritmo "lento" de obras do Alqueva, mas a empresa gestora do projecto garante que estão a decorrer "como previsto". 

"Nota-se, a olho nu, que as obras estão a decorrer muito lentamente", disse à agência Lusa Luís Mira Coroa, apontando, como exemplo, o ritmo das obras do bloco de rega de Pedrógão, que "abrandou completamente" por alegada "falta de financiamento".

Confrontado pela Lusa, o porta-voz da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), Carlos Silva, garantiu que as obras decorrem "como previsto" e não há obras paradas ou a decorrer num ritmo lento "por razões relacionadas com financiamento".

"Apenas as obras da barragem de S. Pedro estão suspensas por questões relacionadas com o empreiteiro" e é "expectável" que sejam retomadas "em breve", indicou Carlos Silva.

Segundo Luís Mira Coroa, também agricultor, "com os actuais ritmos" será "impossível" terminar o projecto global de Alqueva em 2015, conforme anunciado pelo Governo.

"Não acredito que o regadio de Alqueva programado esteja concluído em 2015. Só com um milagre", disse Luís Mira Coroa.

De acordo com Carlos Silva, a EDIA, nos meses de Julho e Agosto, lançou concursos públicos para construção de três blocos de rega, no concelho de Beja, num investimento de 120 milhões de euros, que vai permitir regar 20 mil hectares.

Trata-se dos blocos de rega de S. Pedro/Baleizão, Cinco Reis/Trindade e Baleizão/Quintos, cujas obras de construção já foram aprovadas pelo Programa de Desenvolvimento Regional (ProDeR) e deverão arrancar no "início de 2013, como previsto", indicou.

Segundo Carlos Silva, das obras previstas terminar este ano, os blocos de rega de Loureiro/Alvito e Bloco 1 de Ervidel, que abrangem um total de 17 mil hectares, "já estão concluídos e a regar".

Os restantes blocos de rega (Pedrógão, Selmes, Aljustrel e Ervidel 2 e 3) deverão ficar concluídos até final deste ano e começarão a funcionar na próxima campanha de rega, "como previsto", explicou.

O projecto Alqueva prevê um investimento total de 2.563 milhões de euros, dos quais já foram investidos 1.970 milhões de euros nas valências agrícola, hidroeléctrica e de abastecimento público de água.

Após 17 anos de obras, o projecto produz energia, pode abastecer 200 mil habitantes e, do total de 110 mil hectares de regadio previstos, já estão instalados 52 mil, dos quais 32 mil estão em exploração.